[02 de Setembro de 2025]
Um erro recorrente entre os empreendedores, especialmente aqueles que estão iniciando ou administrando pequenos negócios, é as retiradas do caixa da empresa sem definir um salário fixo para si mesmo. Esse tipo de prática, que pode parecer inofensiva no início, pode comprometer gravemente a saúde financeira do empreendimento a médio e longo prazo.
O pró-labore é o salário dos sócios ou proprietários da empresa, que deve ser estabelecido de forma clara e precisa, levando em conta tanto as necessidades do negócio quanto a remuneração justa pelo trabalho que o empreendedor desempenha. Ao contrário do lucro da empresa, que pode ser distribuído entre os sócios no final de um período, o pró-labore é uma remuneração fixa e periódica que deve ser incluída nas despesas operacionais da empresa.
Por que definir o pró-labore é tão importante?
Primeiro, definir um pró-labore garante maior controle e previsibilidade sobre as finanças da empresa. Sem essa definição clara, os donos do negócio podem acabar fazendo retiradas solicitadas, baseadas em necessidades pessoais imediatas, sem considerar o impacto disso no fluxo de caixa. Esse comportamento pode levar à desorganização financeira, dificultando o controle de despesas e, em casos mais graves, ocasionando a falta de recursos para pagar fornecedores, funcionários ou até mesmo impostos.
Além disso, quando o pró-labore não é formalizado, a empresa corre o risco de cair em irregularidades fiscais. Os sócios ou doadores que realizam retiradas constantes sem justificativa formal podem ser autuados pela Receita Federal, já que o pró-labore, diferente da distribuição de lucros, é tributado de maneira específica. Portanto, estabelecer e registrar formalmente o valor a ser retirado pelos donos é uma prática recomendada não apenas para manter a saúde financeira da empresa, mas também para evitar problemas futuros com o fisco.
Como calcular o pró-labore?
Definir o valor adequado para o pró-labore exige planejamento e análise criteriosa. Esse valor deve ser suficiente para cobrir as necessidades pessoais dos sócios, mas também não pode comprometer o fluxo de caixa da empresa. Em geral, o cálculo deve levar em conta alguns fatores, como:
Tamanho e faturamento da empresa: o pró-labore deve estar alinhado à capacidade financeira da empresa. Em momentos de crise ou de baixo faturamento, é modesto que os sócios reavaliem o valor retirado;
Função desempenhada: o valor do pró-labore deve ser compatível com o mercado. Ou seja, se o sócio desempenha a função de um gerente, o valor deve ser equivalente ao que se pagaria a um gerente no mercado de trabalho;
Planejamento tributário: como o pró-labore é tributado, é importante que esse valor seja definido com base em uma estratégia que minimize o impacto fiscal, sem comprometer a regularidade perante os órgãos de fiscalização.
Outro aspecto importante é a transparência. Manter um pró-labore definido e registrado nos relatórios contábeis da empresa ajuda a criar uma gestão mais transparente e organizada. Isso facilita a elaboração de balanços financeiros e projeções contábeis, tornando mais claro para sócios e investidores como os recursos estão sendo geridos.
Contas pessoais separadas da empresa
Um dos principais problemas que ocorrem em empresas familiares ou de pequeno porte é a mistura das contas pessoais dos donos com as contas da empresa. A ausência de um pró-labore definido e regular pode fazer com que os empreendedores utilizem a caixa da empresa para cobrir despesas pessoais, criando um ciclo prejudicial de descontrole financeiro. Separar essas contas é uma prática essencial para manter a organização financeira e garantir que o empresário tenha uma visão clara da saúde do seu negócio.
O ideal para definir um pró-labore para sua empresa é procurar um escitório de contabilidade para realizar os cáculos da maneira correta e planejar um futuro sólido e próspero para sua empresa.